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Ainda estaremos aqui!

  • Foto do escritor: Ronaldo Gomes dos Santos
    Ronaldo Gomes dos Santos
  • 3 de mar.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 18 de abr.

O dia 2 de março ficará marcado na história do Brasil como o momento em que, enfim, conquistamos um Oscar. E essa vitória vai muito além da competição ou do desejo de reconhecimento internacional — trata-se do reconhecimento da riqueza e profundidade da nossa cultura. A literatura, representada pelo livro Ainda Estou Aqui, de Marcelo Rubens Paiva, que inspirou o filme; a música, cuja trilha sonora, segundo o diretor Walter Salles, foi a alma condutora da trama; e, acima de tudo, a expressão de um país vibrante e talentoso. Esse Oscar ajudará a dissipar, de uma vez por todas, o estigma de ‘cachorro vira-lata’ que por tanto tempo nos persegue.


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Em clima de final de Copa, apesar do conselho de Fernanda Torres, The Mother, para não criarmos expectativas, o Brasil parou para assistir à 97ª edição da premiação mundial — mesmo em meio às festividades carnavalescas que tomavam conta do país. E quando a vitória veio, vibramos como se tivéssemos conquistado mais uma Copa do Mundo — porque, de certa forma, foi exatamente isso. Esse prêmio simboliza a luta de famílias que perderam seus entes queridos e ainda carregam as cicatrizes deixadas pela ditadura militar, transformando dor em memória e arte.


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O filme dá voz a todos aqueles que foram silenciados pela tortura e pelas inúmeras atrocidades cometidas no período mais sombrio da história do país. É um lembrete poderoso de que precisamos estar sempre unidos na luta contra toda e qualquer forma de violência e opressão. Mas, além disso, é também uma celebração da nossa capacidade de ressignificar a dor e criar beleza a partir dela — através da arte, da música, da literatura e do cinema.

Esse Oscar não é apenas uma estatueta dourada; é um símbolo de resistência, memória e esperança. Ele mostra ao mundo que nossas histórias merecem ser contadas e ouvidas, que nossa cultura tem profundidade e complexidade, e que somos, sim, capazes de produzir obras de imenso valor artístico e emocional. Que essa vitória inspire novas gerações de cineastas, escritores, músicos e artistas a continuarem transformando nossa realidade em arte — e que nunca mais deixemos nossas vozes serem silenciadas.

AINDA ESTAREMOS AQUI!


O filme Ainda Estou Aqui é uma adaptação do livro homônimo de Marcelo Rubens Paiva e retrata, de forma sensível e emocionante, a história de uma família marcada pelas cicatrizes deixadas pela ditadura militar no Brasil. A trama acompanha a relação entre Marcelo e sua mãe, Eunice Paiva, que enfrentou com coragem a dor e a ausência após o desaparecimento de seu marido, Rubens Paiva, preso e morto pelo regime.

A obra explora temas como memória, luto, resistência e a luta por justiça, enquanto revela a força dos laços familiares e a busca pela verdade. Com a direção de Walter Salles e uma trilha sonora envolvente, o filme dá voz a todos aqueles que foram silenciados durante esse período sombrio da história brasileira, transformando dor em arte e lembrança.




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